Cerca de 200 farmacêuticos e estudantes de Farmácia participaram, no dia 7 de junho, do curso sobre Prescrição Farmacêutica, organizado pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás, no Hotel Maione.
A vice-presidente do CRF-GO e presidente do Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás, Lorena Baía, explica que a iniciativa de promover o curso surgiu diante da necessidade de orientar os profissionais sobre suas atribuições. “As resoluções de n° 585 e n° 586 que tratam, respectivamente, das atribuições clínicas do farmacêutico e da prescrição têm gerado uma mudança no cenário farmacêutico e precisamos emponderar o farmacêutico de conhecimento para que ele se sinta seguro em fazer as análises clínicas e prescrições”.
A estudante do 5º período, Mallena Marques, faz estágio em uma farmácia e resolveu aprender mais sobre a prescrição. “Eu pretendo trabalhar em drogaria e este tema é essencial, pois o farmacêutico precisa saber analisar uma receita e também fazer uma prescrição correta, caso necessário”.
O curso foi ministrado pelo doutor em Educação Científica e Tecnológica, professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Wellington Barros da Silva. Ele faz parte da história da Farmácia Clínica no Brasil como incentivador e professor, e, participou, efetivamente, da elaboração das resoluções 585 e 586. Durante o curso ele destacou as seguintes questões: o contexto da prescrição farmacêutica no mundo; a definição e tipos de prescrição farmacêutica, aspectos éticos e legais da prescrição farmacêutica; o processo da prescrição farmacêutica; os limites e possibilidades; a prescrição como ato colaborativo interprofissional e a integralidade do cuidado.
Segundo o professor, 30% da população brasileira não têm acesso regular a nenhum tipo de serviço ou assistência à saúde, e explica que as resoluções vieram para contribuir e oferecer mais qualidade para os pacientes. “Multiprofissionais colaborando juntos em favor do paciente gera menor custo para à saúde e mais segurança e ações efetivas, o que implica em cuidado com mais qualidade”, afirma.
Wellington ressaltou ainda que o farmacêutico tem o direito de registrar as orientações que faz aos pacientes e prescrever medicamentos que são isentos de prescrição médica. Para o especial
ista, o desafio na implantação da prescrição está primeiro no profissional. “Nós farmacêuticos precisamos acreditar que somos capazes e depois mostrar para o governo que a rastreabilidade das ações do farmacêutico torna o trabalho mais eficaz e concreto”.
O farmacêutico Antônio Carlos Dias trabalha em drogarias há 18 anos e diariamente atende pessoas em busca de orientação de qual medicamento tomar. Atento as novas prerrogativas, participou do curso em busca de mais conhecimento para melhor atender seus clientes. “Desde 2013 que a lei permite que os farmacêuticos prescrevam receitas, no entanto, percebo que isso ainda acontece de maneira apenas verbal. Precisamos nos aprofundar no tema e sempre buscar conhecimento, pois é uma atividade de extrema importância e que envolve riscos e muita responsabilidade”, afirma ele.








