O Sindicato dos Funcionários da Fiscalização Municipal de Goiânia – Sindiffisc realizou na manhã de sexta-feira ,21/3, uma mesa redonda para tratar do trabalho das mulheres na fiscalização no município de Goiânia. O evento intitulado” Sou Mulher, Trabalhadora e Tenho Direitos” foi programado para destacar o mês das mulheres e propor a reflexão sobre as conquistas e desafios femininos na luta pela igualdade, liberdade e autonomia.

Mesa de Abertura do evento com a Secretaria Municipal da Mulher Teresa Cristina Nascimento; o Presidene do Sindiffisc Ricardo Manzi e o Diretor da Visa Municipal geraldo Rosa
Darlente Liberato usou sua fala para fazer um apelo a todas as mulheres presentes sobre a importância do Centro de Valorização da Mulher – CEVAM, instituição que cuida de mulheres em situação de violência e que hoje abriga 70 mulheres, mas não tem verba e vive de doações ( Sinfargo e CRF-Go fizeram recentemente uma campanha de arrecadação de produtos de higiene para as mulheres).
“O CEVAM está fechando suas portas!” apelou a advogada que relatou uma série de casos de violência contra mulheres, inclusive o da balconista Mara Rúbia, que teve os olhos perfurados e foi torturada pelo marido Wilson Bicudo. Ele acabou condenado a 18 anos de cadeia nesta semana por tentativa de homicídio triplamente qualificado depois de um processo que durou sete meses e teve apoio de autoridades federais e parlamentares. “Minha luta para condená-lo foi pelo exemplo”, explicou a advogada. Segundo ela, se o marido de Mara Rúbia tivesse sido julgado por lesão corporal, seria um incentivo a outros agressores. A advogada aconselhou as mulheres a abrirem suas bocas, denunciarem e resistirem contra a violência e o assédio. “Se não houver resistência, podemos rasgar a Lei Maria da Penha”.
Em sua fala, a diretora do Sinfargo Mirtes Bezerra, que é fiscal da Visa Municipal, fez um desabafo sobre as condições de trabalho das mulheres em sua atuação fora do âmbito da Secretaria, que segundo ela, são vitimas de todo tipo de agressão e constrangimento. Mirtes observou que a administração tem o dever de proteger a mulher trabalhadora para que ela não sofra constrangimento, assédio e violência no trabalho. Para a fiscal farmacêutica, as trabalhadoras estão adoecendo por causa de uma série de fatores que incluem a exposição a riscos, condições adversas, falta de apoio, falta de segurança (agressões), remuneração inadequada entre outras violações de direitos.
Ela citou as lutas que o movimento sindical vem travando com a Prefeitura na defesa de melhores condições de trabalho como a insalubridade ( ainda sem regulamentação); o decreto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs); e o uso de componentes de caráter flutuante na remuneração, como a gratificação de movimentação, agora retirada pela Gestão. Para a dirigente sindical, a saúde emocional dos trabalhadores deve fazer parte de programas de bem-estar e qualidade de vida nas empresas.
A Advogada Arlete Mesquita alertou que o individuo que assedia recusa comunicação direta, desqualifica , desacredita e constrange profissional. Para ela, as mulheres não devem nunca ficar sozinhas na frente do assediador e precisam se precaver com a impressão de emails, mensagens e todo tipo de prova que puderem obter. “Precisamos matraquear aos quatro cantos, denunciar o assedio e a violência, não tenham medo”, ensinou.
Fonte: Assessoria do Sinfargo

                            
                            
                            
                            
                            
                            

