Jornada provoca reflexões sobre a profissão e se enriquece com cenário ouro-pretano

Evento que comemorou os 40 anos da Fenafar e 175 da Escola de Farmácia de Ouro Preto provocou reflexões sobre a profissão. Diretores do Sinfargo, os farmacêuticos Mirtes Bezerra e Fábio Basílio, representaram a entidade no evento.

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Uma feliz coincidência de datas históricas fartamente simbólicas e a firme disposição dos participantes de discutir os rumos da profissão na cidade que é o berço da Farmácia na América Latina transformaram a Jornada: A centenária história da farmácia no Brasil em um evento de grande significado para a Federação Nacional dos Farmacêuticos na comemoração de seus 40 anos.

 

Com o encerramento das atividades no hotel na quinta-feira (3/4)  à noite, a Jornada teve continuidade no prédio da Escola de Farmácia de Ouro Preto que abriga o acervo histórico da faculdade de farmácia, na manhã de sexta-feira (04/04). O curso de graduação foi transferido para o Morro do Cruzeiro, onde já se concentram os outros cursos da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).

Uma visita ao acervo cuidadosamente exposto despertava a curiosidade e a emoção dos farmacêuticos, a começar pelo presidente da Fenafar, Ronald Ferreira. Ele mencionou a sensação comovente de reencontrar as raízes, assim como se reencontra um ente querido. E ressaltou a importância da memória para a valorização da profissão: “nós somos resultado do que nossos antepassados fizeram. Temos uma responsabilidade absurda porque a sociedade confiou num conjunto de técnicas há centenas de anos”, disse emocionado. A Associação de ex-alunos já tem um projeto pronto para a criação do Museu da Escola de Farmácia.

Essa viagem histórica seguiria ricamente documentada com a aula do pesquisador Victor Godoy, professor aposentado de Fitoterapia da Escola e um entusiasta da criação do Museu. “Tenho me dedicado a entender o enigma do farmacêutico e a da profissão”, resumiu.

O professor traçou um recorte entre os primórdios na profissão no Brasil e os dias atuais e frisou que a história é cíclica: “Em 22 de abril de 1719 foi realizada uma reunião entre farmacêuticos e médicos para discutir quem deveria prescrever medicamentos”, contou, rindo. No dia 04 de abril de 1839 foi dada a licença para a criação da primeira escola autônoma de Farmácia da América Latina e segunda das Américas, sendo a primeira a instalada no Estado da Fildélfia, nos Estados Unidos.

Ainda citando o retorno das mesmas polêmicas envolvendo a profissão ao longo do tempo, o professor Victor lembrou que em 1920 criaram-se 30 ou 40 cursos livres de Farmácia no Brasil sob fortes críticas sobre a expansão descontrolada com riscos para a qualidade do ensino. Segundo ele, num período de quatro anos todos os cursos fecharam ao contrário de hoje em que somente em Minas Gerais estão abertos 68 curso de graduação em Farmácia. No Brasil, são mais de 400.

Carta Antônio Theodoro de Castro

Na Jornada, o Conselho de Representantes da Fenafar aprovou a Carta Antônio Theodoro de Castro, reafirmando compromisso da Federação com o um país mais desenvolvido e soberano.

 Dentre as várias atividades desenvolvidas durante a programação da Jornada da Fenafar, em Ouro Preto, houve a discussão sobre o planejamento da entidade, ações a serem desenvolvidas em 2014 e votação e aprovação da Carta Antônio Theodoro de Castro, uma homenagem que a Fenafar prestou a um farmacêutico que combateu à ditadura militar.

A carta, aprovada por unanimidade, reafirma as principais bandeiras de luta da categoria que almejam a valorização do profissional farmacêutico e destaca os desafios do Brasil em 2014, com mais uma eleição presidencial. Leia a íntegra da Carta.

 

Fonte: Fenafar

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