“Mais de 90% das pessoas conhecem alguém que é usuário de drogas”. Esta foi a conclusão da presidente da Comissão de Farmácia Hospitalar do CRF-GO, Mirtes Barros Bezerra, depois da ação social realizada nesta terça-feira (17 de março) no ambulatório da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia. Em conjunto com o Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás e a regional da Sociedade Bras ileira de Farmácia Hospitalar, vários farmacêuticos da Comissão fizeram um trabalho de orientação sobre o tratamento aos dependentes de drogas.
Com o tema “Drogas tem solução” foram distribuídos panfletos informando os locais, em Goiânia, onde são oferecidos esses tratamentos pelo SUS. Segundo Mirtes Bezerra, que também é diretora do Sinfargo e da Sbrafh-GO, o atendimento funciona 24 horas, sem a necessidade de qualquer tipo de encaminhamento ou agendamento. ( Veja os endereços na imagem)
De acordo com a presidente do Sinfargo, Lorena Baía (também vice-presidente do CRF-GO), com o aumento do número de usuários devido às facilidades de acesso e ao empoderamento da rede de tráfico, muitas famílias precisam de apoio e orientação. E o farmacêutico, como membro da equipe multiprofissional de saúde tem condições de ajudar informando sobre o acesso ao tratamento, promovendo saúde, prevenindo danos e orientando o uso racional de medicamentos.
A equipe que participou da ação percebeu o efeito positivo da iniciativa visto a reação das pessoas no ambulatório. Houve muitos relatos sobre problemas de familiares e conhecidos, sendo que a maioria das pessoas não tinha conhecimento dos serviços existentes. A farmacêutica Vivianne Vieira de Melo, por exemplo, constatou que o uso de drogas é uma situação comum nas famílias e que elas necessitam mesmo de ajuda.
O aposentado Morisvaldo Ferreira da Cruz, que estava no local, confirmou que enfrenta uma situação difícil com um enteado dependente de álcool e de drogas. Ele disse que pretende procurar uma das unidades de saúde indicadas porque o rapaz fica violento quando está em surto.
Uma mãe que preferiu não se identificar também lamentou a dependência do filho de 20 anos que já teria deixado o trabalho e os estudos por conta das drogas. Para ela, a ação do CRF-GO e do Sinfargo pode ser o caminho para a solução do problema que acabou com a paz da família dela. “Foi Deus quem colocou vocês na minha vida”, disse a moradora de uma cidade do leste do estado.
O trabalho foi considerado tão positivo que a Comissão de Farmácia Hospitalar já decidiu repeti-lo em outros locais como Anápolis e Itumbiara. A falta de atendimento em várias cidades foi, inclusive, relatada por uma moradora de Crixás que fica no norte de Goiás. “Lá existe uma epidemia de uso de drogas e as famílias enfrentam muito sofrimento”, comentou.
A educadora Aparecida Gonçalves, de Goiânia, levou vários panfletos para distribuir na escola em que trabalha onde, segundo ela, problemas relacionados a usuários de drogas são recorrentes.
Para o farmacêutico da Santa Casa, Fábio Rogério de Oliveira (também integrante da Comissão de Farmácia Hospitalar do CRF-GO), a receptividade confirma a importância de continuar com a ação. Como o ambulatório da Santa Casa tem uma circulação grande de pacientes foi possível fazer uma divulgação ampla e direta deixando os farmacêuticos bastante satisfeitos.